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Denúncias acusam administração tucana de pagar para moradores de rua deixarem a cidade. A prefeitura de São Paulo, administrada por José Serra (PSDB), criou um "kit despejo" para se livrar dos sem-teto da cidade. Em vez de oferecer condições de moradia, a gestão tucana paga para que os moradores de rua deixem São Paulo, numa atitude considerada extremamente grave e preconceituosa contra imigrantes da capital, segundo lideranças de movimentos de moradias. 

A denúncia foi publicada na Folha de S.Paulo de ontem (7). Segundo a reportagem, além de dinheiro, a prefeitura cede as passagens de ônibus para os municípios de origem dos sem-teto.  Para piorar, após fazer o pagamento, a prefeitura retira imediatamente o nome dos desabrigados dos programas de moradia da prefeitura sem mesmo checar se eles realmente deixaram a cidade - o que muitas vezes não acontece.

O próprio secretário da Habitação, Orlando Almeida, ouvido pela reportagem da Folha, informou que sem-teto de duas invasões receberam a verba neste ano - as das ruas Plínio Ramos e Paula Souza, ambas no centro da cidade.

Em entrevista ao Portal do PT, o coordenador representante da ULC (Unificação das Lutas de Cortiços),  Sidnei Antonio Euzébio Pita, afirmou que moradores da locação social de Olaria, no centro da cidade, também receberam proposta financeira para deixar as instalações onde vivem e voltar para suas cidades de origem.  Segundo ele, o programa de locação social na Olaria, criado pelo governo da petista Marta Suplicy e abandonado pelo governo Serra, está se transformando numa favela. “Em vez de garantir a permanência e condições de moradia,  o Serra vem querer tirar os moradores de lá. Isto é extremamente grave. É uma medida preconceituosa contra os nortistas e nordestinos, que são maioria dos sem-teto”, protesta Sidnei.

De acordo com o secretário de Habitação, o valor pago depende de cada caso. “Tem gente que tem família grande, vários filhos, então a gente dá R$ 5.000. Se é sozinho, não precisa de R$ 5.000, pode ser R$ 1.000, R$ 1.500", disse o secretário à Folha, em entrevista gravada.

Assistentes sociais ouvidos reservadamente pela reportagem da Folha confirmam a informação. Admitem, no entanto, que muitos dos sem-teto beneficiados pela verba acabam usando o dinheiro para pagar dívidas ou comprar objetos pessoais. E continuam na cidade.

Segundo Roselene Cerqueira, uma das líderes dos sem-teto da invasão da rua Paula Souza, houve 51 "atendimentos" em fevereiro. Ela diz que os sem-teto retiram a verba na secretaria e deixam um recibo assinado. Já a passagem é distribuída no alojamento.

Todos que recebem o recurso, segundo a assessoria da imprensa da Secretaria da Habitação e os líderes de sem-teto, são considerados atendidos pela administração e retirados dos cadastros de programas de moradia da cidade.

Nelson da Cruz Souza, coordenador-geral do Movimento de Moradia da Região Centro, critica a proposta e  também as famílias que aceitam a oferta. "O movimento repudia essas pessoas. Não lutamos por dinheiro, mas por moradia." Segundo ele, muitos compraram "celular, bota nova, sapato novo".

Para o promotor da Habitação e Urbanismo José Carlos de Freitas, "isso jamais vai ser instrumento para resolver o problema da moradia". "É uma simples maquiagem do problema, dinheiro jogado no ralo que poderia ser usado para eliminar áreas de risco e regularizar ocupações em áreas públicas", diz. Freitas ressalta que a prefeitura não teria como impedir a volta dos sem-teto para a capital. "É o direito de ir e vir", afirma.

Com informações da Folha de S.Paulo.

fonte: http://www.pt.org.br/



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