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Na metade do século XVII com a chegada da Revolução Industrial, a mão de obra feminina passou a ser absorvida pelas indústrias, como redução dos custos da produção através do pagando de baixos salários, que chegavam a ser 60% menores que os dos homens. Esse período histórico marca a inserção de mulheres no mundo do trabalho, que chegavam a cumprir jornadas de até 17 horas diárias.

Trabalhadoras da Europa e Estados Unidos estiveram submetidas por muito tempo a esta situação, o que desencadeou uma série de manifestações operárias de enfrentamento aos patrões e a polícia. As reinvidicações eram muitas, pois as mulheres enfrentavam além da discriminação abusos sexuais, eram impedidas de tomar água e ir ao banheiro, mas a maior luta era pela redução da jornada de trabalho.

Foi neste contexto que no dia 8 de março de 1857, 129 trabalhadoras tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton de Nova Iorque, se recusaram a trabalhar, pois reinvindicavam o direito a uma jornada de 10 horas de trabalho, aumento salarial e descanso ao domingos. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias se refugiaram no interior da fábrica. As portas foram trancadas pelos patrões e a polícia, que provocaram um incêndio. Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas. A história conta que tecidos da cor lilás estavam sendo tingidos naquele dia, a cor foi retomada pelo feminismo nos anos 60, para simbolizar a luta pela Libertação da Mulher.

Quando da realização da II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU, Organização das Nações Unidas.

Com a criação da data não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões para discutir sobre o papel da mulher na sociedade atual, com o objetivo de tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, ainda sofremos, com os baixos salários, com a violência masculina, com a jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carreira profissional, não reconhecimento dos direitos previdenciários para as donas de casa, reduzido espaço de participação na política.

Outras pesquisas e relatos sobre a origem do 08 de março existem, o mais importante é que a luta das trabalhadoras naquele período permite na primeira década do século XXI que as mulheres se coloquem como sujeitos da transformação de suas próprias histórias.


Gleisi Hoffmann
Integrante do Diretório Nacional do PT



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