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Manifesto elaborado pelo Comitê Maringaense pelo Desarmamento - Diga "SIM" à Vida e pela Arquidiocese de Maringá/PR conclamando a todos os cidadãos e cidadãs de Maringá e região a juntarmos nossas vozes para fazermos um côro uníssono pelo SIM à Vida.     Uma das principais conquistas democráticas do povo brasileiro, resultado de muitas lutas, é o direito de cada cidadão decidir, diretamente, questões importantes sobre a vida do país, por intermédio de plebiscitos e referendos. A cidadania é exercida de forma ativa e direta. Ninguém decide pela gente. A decisão é nossa.

    No próximo dia 23 de outubro, vamos definir uma questão crucial ao nosso país, no chamado referendo sobre o desarmamento. A pergunta que será respondida pelo voto é muito simples: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” Por trás dessa pergunta, entretanto, encontra-se uma questão mais profunda: “Que Brasil queremos para nós e para nossos filhos?” É sobre isso que precisamos refletir.

    Tem sido propagada a idéia de que o uso da arma aumenta a segurança dos cidadãos. Os fatos mostram que se trata de uma ilusão. Quem reage aos assaltos, por exemplo, corre um risco 180 vezes maior de perder a vida. Nessas situações, o porte de arma tem um efeito contrário. Ele aumenta o risco e não a proteção.

    Reforçando esse efeito contrário, constata-se que as armas dos cidadãos, ao invés de protegê-los, acabam sendo apropriadas pelos criminosos e engrossando seu arsenal. No Rio de Janeiro, pesquisa recente, divulgada pelo governo estadual, mostra que, das armas usadas em crimes entre 1999 e 2005, 61% pertenciam a “cidadãos de bem” (civis) e foram desviadas para o crime. Enfim, armas compradas legalmente correm o risco de cair nas mãos erradas, através de roubo, revenda ou perda.

    Lamentável, também, é o fato de a presença da arma de fogo poder transformar qualquer cidadão em criminoso. Não é desprezível o números de cidadãos que, mesmo sem vínculo com atividades criminosas, transformam-se em homicidas em situações de descontrole emocional. Impressionam, do mesmo modo, os acidentes provocados pela presença de arma de fogo em casa, quando caem nas mãos de crianças. Não se pode omitir, ainda, que as mulheres são largamente atingidas pela presença de armas de fogo. Na maior parte dos casos em que as mulheres foram vítimas, desavenças conjugais se converteram em tragédias.

    A experiência internacional ensina que, onde foram implantadas políticas de desarmamento, houve redução da taxa de homicídios. Mas não precisamos ir muito longe. No Brasil, entre 2003 e 2004, primeiro ano de vigência do Estatuto do Desarmamento, o número de mortes por arma de fogo caiu pela primeira vez em treze anos. Em números absolutos, 3.234 vidas foram salvas. A implementação do Estatuto do Desarmamento em sua totalidade é um dos principais instrumentos de que dispõe hoje a sociedade brasileira para desarmar os bandidos. E para que isso ocorra, é preciso votar SIM.

    Sonhamos e trabalhamos para a construção de um Brasil mais justo e democrático. Para tanto, é indispensável lutar pela redução das desigualdades sociais e pela democratização de bens econômicos e culturais. Não temos dúvidas de que, nas duas frentes organizadas ao redor desse referendo, encontram-se pessoas adeptas desse sonho, mas entendemos, a partir de uma reflexão serena, que o voto SIM contribui mais eficazmente para a construção desse novo Brasil. Não fossem suficientes os evidentes resultados na redução das mortes e da violência, trata-se de investir na afirmação de uma cultura para paz. Além de melhorar a Segurança Pública, é indispensável educar para a paz e para a defesa da vida. Votar SIM é um importante passo nessa caminhada.


COMITÊ MARINGAENSE PELO DESARMAMENTO - DIGA “SIM” À VIDA
ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ – PARANÁ



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